Adormece o moço da ilha, sobre as esporas do tambor nesta manhã cálida de Junho e de Santo António na ribeira de Paúl. Beija-lhe o ritmo e a música, acaricia-lhe ao de leve a pele de cabra mais a adriça, fecha os olhos e transporta-se de mansinho quiçá aos braços da crioula distante, ao colá tambor que nos enleva e nos subjuga as coxas e os nervos de macho da ilha, à tal herança das tabankas d’África que nos legou a avó escrava.
Adormece o moço. E ama, sim senhor! Apaixona-se pela cadência do poema que dali se escapa em harmonia da pele esticada do tambor. Adormece e sonha, o moço da ilha. Que importa se amanhã a chuva não vem, se a terra perfila-se – ressequida e só – sob a sola dos pés em movimento, se o apito emudeceu diazá nas ribeiras da ilha!
Ama, certamente, o moço da ilha, caramba...
Adormece o moço. E ama, sim senhor! Apaixona-se pela cadência do poema que dali se escapa em harmonia da pele esticada do tambor. Adormece e sonha, o moço da ilha. Que importa se amanhã a chuva não vem, se a terra perfila-se – ressequida e só – sob a sola dos pés em movimento, se o apito emudeceu diazá nas ribeiras da ilha!
Ama, certamente, o moço da ilha, caramba...
(Foto de Paulino Dias - tocador de tambor, festas de Santo António/2006)
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