Recebi este poema do Francisco Weyl, o Carpinteiro de Poesia e do Cinema, a propósito das fotos que lhe enviei, da última andança dos "Caminheiros Sem Fronteiras", entre Rincon e Ribeira da Barca aqui em Santiago no dia 26 de Agosto último, passando pelas belíssimas localidades de Águas Belas e Achada Leite.
Valeu, Francisco!!! E boa estadia lá em Belém do Pará - estamos à tua espera para mais noites de poesia cá na Praia, ó Carpinteiro!
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Mas por que é que as pessoas caminham,
perguntou este àquele um,
logo, um longo silêncio abraçou-lhes.
Este um indagado, indaga-se a si próprio
na sua essência e pensa
que jamais conseguirá obter a resposta.
Nem mesmo em seu coração,
pelo que torna-se desde já um homem de pedra.
Aquele outro indagador provoca-se e projecta-se
neste outro que não lhe responde.
Assim, estes dois, mudos com a sua própria consciência.
Mas, estes que caminham,
estes que os vemos a caminhar,
por que seguem eles por estas estradas?
Por entre estas vias tortuosos, sinuosos, a subir, descer,
ora acelerados, ora em ritmo lento,
cada um deles ensimesmado,
fazendo do seu caminho a metáfora de suas próprias vidas.
Caminhamos todos, caminham estes questionadores
e estes sem respostas.
Caminhamos por estas respostas que nos surpreendem
e que nos revelam, mas que não nos expõem,
pois o que buscamos está dentro de cada um de nós.
Vejo estas fotos, meu caro Paulino,
não do outro lado do oceano,
mas dentro de meu próprio oceano,
com estes olhos de Machado (de Assis):
mareados.
Olhos de lágrimas e de recordos, contraditoriamente, alegres,
destes caminhos que trilhamos enquanto seres humanos
nestas terras que vislumbramos para além desta Terra que habitamos.
Caminhamos uns ao lado dos outros, companheiro Paulino,
mas no fundo sabemos que nosso caminho a gente faz sozinho,
pois que a solidão da morte é o único destino.
Esta morte tão esperada,
esta morte, anunciada, aceitamo-la
neste caminho da vida.
Esta vida construída a cada passo, juntado,
a cada paso, dado,
a cada passo disparado.
Estes passos ofertados em comunhão de irmãos,
de mãos e braços, abraçados,
corpos, rotos, robustos, refeitos deste jeito que sabemos ser,
neste ser que somos enquanto andamos.
Caminho convosco, mesmo sozinho em meu destino.
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perguntou este àquele um,
logo, um longo silêncio abraçou-lhes.
Este um indagado, indaga-se a si próprio
na sua essência e pensa
que jamais conseguirá obter a resposta.
Nem mesmo em seu coração,
pelo que torna-se desde já um homem de pedra.
Aquele outro indagador provoca-se e projecta-se
neste outro que não lhe responde.
Assim, estes dois, mudos com a sua própria consciência.
Mas, estes que caminham,
estes que os vemos a caminhar,
por que seguem eles por estas estradas?
Por entre estas vias tortuosos, sinuosos, a subir, descer,
ora acelerados, ora em ritmo lento,
cada um deles ensimesmado,
fazendo do seu caminho a metáfora de suas próprias vidas.
Caminhamos todos, caminham estes questionadores
e estes sem respostas.
Caminhamos por estas respostas que nos surpreendem
e que nos revelam, mas que não nos expõem,
pois o que buscamos está dentro de cada um de nós.
Vejo estas fotos, meu caro Paulino,
não do outro lado do oceano,
mas dentro de meu próprio oceano,
com estes olhos de Machado (de Assis):
mareados.
Olhos de lágrimas e de recordos, contraditoriamente, alegres,
destes caminhos que trilhamos enquanto seres humanos
nestas terras que vislumbramos para além desta Terra que habitamos.
Caminhamos uns ao lado dos outros, companheiro Paulino,
mas no fundo sabemos que nosso caminho a gente faz sozinho,
pois que a solidão da morte é o único destino.
Esta morte tão esperada,
esta morte, anunciada, aceitamo-la
neste caminho da vida.
Esta vida construída a cada passo, juntado,
a cada paso, dado,
a cada passo disparado.
Estes passos ofertados em comunhão de irmãos,
de mãos e braços, abraçados,
corpos, rotos, robustos, refeitos deste jeito que sabemos ser,
neste ser que somos enquanto andamos.
Caminho convosco, mesmo sozinho em meu destino.
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(Obrigado pelas fotos, vê-las faz-me sentir dentro delas.)
-- FRANCISCO WEYLCarpinteiro de Poesia e de Cinema