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quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Entre a liberdade e a solidão


Às vezes a solidão é algo que quase se pode apalpar. E confunde-se com a liberdade, como a desta árvore que nos observa do cume da selada de Alto Mira. Entre a solidão de pedra nos campos ressequidos e a liberdade subtil que nos acaricia a rosto, desde o centro da ilha ao azul do mar que nos espreita lá longe. Entre a sensação gostosa de sentir-se dono do mundo ao redor, e a frustração de saber – caraças! – que este tal mundo não é maior que o silêncio que nos rodeia. Sobretudo o silêncio.
Como o terrível silêncio que me envolvia quando ia catar comida-de-bicho logo de manhãzinha, entre fiapos de nuvens descendo suavemente pelos cumes da rocha de Pedregal e o castanho claro da páia-tinguinha cobrindo as encostas, a liberdade – e o medo, chiça! – batendo tum tum tum dentro do meu peito de menino. Desde então, não sei se tenho mais medo da solidão ou da liberdade...
(Foto de Paulino Dias)

1 comentário:

Anónimo disse...

Bem vindo à blogosfera Paulino.
Tens razão, a liberdade e solidão estão intimamente ligadas. Escolhes uma e a outra vem sempre atras... Resta-nos saber gerir (e tirar partido tambem!). Sucessos com o teu blog.