Um bloguezinho despretensioso e intimista, apenas para saciar meu vício de escrever.
Aviso aos navegantes: não há uma linha pré-definida para este blog, é mais "ao sabor da corrente"
Há mais de duas semanas temos um barulhento gerador eléctrico debaixo da minha janela. A berrar o dia inteiro. Em pleno coração de Palmarejo, no rés do chão de um prédio supostamente residencial. O prédio onde está localizada a agência do BCA. E onde inclusive reside um membro do Governo. Instalaram ali uma espécie de oficina e não sei porque cargas de água não utiliza a electricidade da rede, preferindo o gerador...
Hoje é Domingo. Deveria estar a descansar a esta hora. Em vez disso, barulho. Infernal barulho. Desde as 08h00... ALGUÉM FAZ ALGUMA COISA, POR FAVOR? QUEM FOI QUE AUTORIZOU ESTA ABERRAÇÃO? ONDE ESTÁ A FISCALIZAÇÃO, PORRA!!!!!
Atenção: ao contrário do meu vizinho margoso, eu não vou oferecer um café à melhor resposta. Porque não há respostas melhores ou piores - há, sim, expectativas, sonhos, ambições. Com que construímos futuro.
"(...) Nem sempre é pela porta de um sorriso, ou pelas frestas de um olhar, que um rosto acontece. E no entanto, lábios e olhos são lugares de colheita, objectos raros, oráculos de silêncio na acidentada geografia de afectos que cada rosto é.(...)"
Lembras-te, ZCunha? Este, fragmento de um poema que escreveste ao rosto de Nhá Mari Ricarda lá de Fajã Domingas Bentas. Peguei-o emprestado - sem te pedir licença, confesso... - para ilustrar um outro rosto da ilha. Há mil outros rostos à espera de um poema, ZCunha. Outros rostos, outras rugas, outras rimas. Vem comigo, ZCunha, à colheita de poemas nos rostos da minha ilha... Vem comigo, óh poeta!
Que é feito do moço que escrevinhava poemas à hora minguada, hã??
No quarto número 120 de um hotel qualquer na cidade, dedilham-se vogais no silêncio de uma noite que se queria calma. Ao invés, saudades tuas. E ao longe, a voz no bar do rés do chão que me canta “sonho meu, sonho meu, vai buscar quem mora longe, sonho meu…”
Era para ir à esquina buscar um rosto onde deveria escrever um poema. Colher no sorriso da moça da recepção meu verso mais recente, espreitar por entre as frestas da janela a lua cheia que era suposto me endoidecer.
Mas que é feito do moço que escrevinhava poemas à hora do silêncio amordaçado? Tenho saudades tuas, já te tinha dito…
(...da varanda do hotel Porto Grande, numa noite qualquer de lua cheia a bombordo)
(...) Happy nation living in a happy nation Where people understand And dream of the perfect man A situation leading to sweet salvation For the people for the good For mankind brotherhood
We’re traveling in time
Ideas by man and only that will last And over time we’ve turned to the past That no man’s fit to rule the world alone A man will die but not his ideas
Happy nation...
We’re traveling in time Traveling in time
Tell them we’ve gone too far Tell them we’ve gone too far Happy nation come through And I will dance with you Happy nation
Happy nation...
(Ah!, minhas noites adolescentes do Pimm´s e Fantastic nos anos 90... Lembras-te, minha preta?)