23:46
Beijos dados
mãos dadas
sexos dados
desacordados
cartas ao vento
relíquias do tempo
entendo
teu gemido erótico
no quarto penumbrento da periferia
o telefone mudo
imundo
o silêncio no outro lado
mundo
triste
vozes em riste
acusando
meu polegar de milho estendido
gatilho entre os dedos
medos intermináveis
cataclismos
pesadelos
sonhos inacabados
pum!
Na mesinha de cabeceira
o despertador marca 23:46
Acendi a luz
e rabisquei mais um poeminha de merda
Paulino Dias
(Foto: "Praia Azul" - de Nana Sousa Dias)
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