Revejo da janela o azul claro do céu de Pinhão. O verde nas canas ao redor da casa – teus olhos. Sinto novamente o teu cheiro no parapeito, o cheiro do pecado com teus cabelos soltos sob minhas mãos de dezembro. Tudo me lembra este teu cheiro: o lençol alegremente estampado (que ficou ali jogado no chão - desprogramadamente), a toalha de banho que partilhamos de seguida, até o abraço terno da minha mãe que me espera na soleira do portão enquanto me pergunta como ficaste. Tudo me lembra você.
Junzim d’Pólina sacode a última gota de grogue do copo e conta-me dos tempos idos. Nhô Gustim de Pinhão, com quem fazia parelha nas paredes das FAIMO. Frank, o moço de coração bom, também daquelas bandas, ma de “linga rum” como o diabo. Jinja, filho de Nhô Mateus lá de Pinhão (o mesmo que noutro dia mostrám camin”). Que gaiatamente lhe surrupiava pedras e calços na levada de Pedrene. A namorada que lhe devolveu as cartas numa tarde má-criada de outubro (esta uma outra “estória”...!).
Mamãe acaba de entrar com uma tijelinha de cachupa guizada e duas bananas para o seu codê. Tudo me lembra você. Nem sei porque deste meu espanto...
3 comentários:
Oi Paulino
Fazia falta este alumiar teu nas noites do meu grilo. Reganhei a paixão de amar as tuas cronicas.
Vá, não intervales tanto que em mim o prazer de te ler é sempre vivo. Um desafio| Aceitas? É que aprendo.
Um abraço de kabarboza
Valeu, Kaka, pelas visitas e pelas palavras. Da minha parte, sempre que houver a lua cheia nas rochas destas ilhas, sempre que houver o sorriso, sempre que ouver a ruga, o violao e a estoria, havera tambem a palavra: a folha em branco + o verso.
Um abraco,
Paulino
Oi Paulino,
Sinceramente, um adorá ess post. Ê sempre bom (re)lembrá bons momentos e partilhás. Ta tchá feliz quem que ta lês e que participá desses bons momentos.
Um abração
NE
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