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domingo, 17 de outubro de 2010

Remexendo velharias - I

Hoje, arrumo velharias na estante. Pedaços de antigos poemas encardidos de pó e de esquecimento. Pequenos nadas. Hora de sacudir a poeira, portanto. Espantar o tédio desta manhã de domingo que queria ensolarada e de banho de mar na Quebra Canela. Em vez disso - poeminhas antigos. Do tempo em que ainda te escrevia versos na última folha do meu caderno de macroeconomia. E era Julho, lembras-te? Naquele tempo os poemas não tinham nomes. Nem as palavras rumos pré-determinados...


POESIA SEM NOME

Niterói, numa aula qualquer em 22 de Julho de 1999...


Agora não adianta
esta algazarra de sonhos à minha volta...

É inútil este fervilhar de ilusões
que em menino
embriagavam-me

(e ao Gilson. E ao Jôn Bunita. E ao César. E à Isa de Nhá Mari d’Jóna. E à Gracinda)

- nas canções de roda.

“Papagaio loiro,
de bico doirado,
toma esta carta
prá levar ao namorado”

Já não tenho. Já não sonho.
Sinto. Sou.
Carne & osso. E nervos.

“Ó maleão maleão ai que vida é tua...”

Homem-ser na penumbra das horas,
um poema vagabundo à espreita
de novas rotas de fuga na linha do horizonte

(tragaram-me nas ruas do mundo
a alegre inocência dos meus 12 anos...)


("Miúdo contemplando o horizonte" - foto de PD)

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