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segunda-feira, 9 de junho de 2008

Outras frentes!

Pronto! Passou o momento triste. Porque é preciso, porque há outras frentes, outras lágrimas e outros dramas para combater, outros momentos por que lutar. E estes, diga-se de passagem, ainda mais urgentes porque encerram escolhas entre a vida e a vida: a vida em potência e a vida que se oferece. Como o grito de alerta que nos vem deste post da Eury.

O problema contudo ultrapassa as delimitações deste caso isolado, Eury. Embora este, pela urgência com que se coloca, deve merecer de todos nós uma acção concreta e imediata para que a aluna em referência não veja o sonho a escoar-lhe entre os dedos, a dias apenas da conclusão do ano lectivo. Já lhe basta o drama de uma gravidez precoce, o "fardo" de uma criança não planeada que lhe pesa o ventre também criança ainda...

O problema é mais profundo, minha amiga. Tem a ver com a (re)avaliação da legalidade e da "humanidade" da medida de afastamento das alunas grávidas das escolas, tem a ver com a desconstrução das famílias e dos seus valores que vimos assistindo diariamente, tem a ver com um certo "lavar de mãos" dos pais no que diz respeito à educação sexual dos filhos (sim senhor, isso não é assunto apenas do Ministério da Educação ou das Delegacias de Saúde!), tem a ver com a passividade de todos nós que tranquilamente vamos assistindo a esses "pequenos" dramas e assobiamos para o lado com a consciência limpa de quem pagou já os seus impostos.

Mas por ora, vamos à acção, Eury. Se pudermos reverter a situação desta miúda - apenas esta, por enquanto - já terá valido a pena o alerta. Juntemos todos as mãos, pois!

9 comentários:

Valdevino Bronze disse...

Achei muito interessante a discussão no blogue da Eurídice, a tua ideia da petição(a qual subscrevo e disponibilizo-me a ajudar), mas uma coisa curiosa não foi ainda focada: - O Facto da directora da Escola ser uma mulher. De certo, não será com M grande, mas é mulher. Destas que já baixaram os braços e deixam-se subjugar. Destas que consideram a questão da afirmação das mulheres "um caso perdido" ou uma realidade inatingível. Daquelas que se comportam de forma ainda mais machista que certos homens. Daquelas que acham que o rapaz (dito, pai da criança) só fez o que tinha de ser feito, e a única "culpada" por esta "horrível situação" (leia-se gravidez, em casos ditos normais)é a Ana, logo, o regulamento interno da Escola Januário Leite é claro!
Por onde ficou ou por quantos trocou a sua sensibilidade, Sra Directora?

p.s. Andavas desaparecido jovem
que me enviem instruções sobre como participar da petição para bemdzide@gmail.com
Vavá

Ricardo Rayol disse...

temos que estar sempre atentos à educação de nossos miúdos.

Paulino Dias disse...

Val,
Thanks pelas palavras. Sugeria-te que tambem te juntasses num post sobre o assunto.

Rayol,
Tanks pela visita.

Abracos,
Paulino

Valdevino Bronze disse...

ja táaaaaa. mas ainda falata mais barulho! bora!

abraços

Valdevino Bronze disse...

Hey Paulino!
Tas a espera de quê para o artigo no asemana online a denunciar isto?
Força!

Alex disse...

Olá Paulino
Sinceramente eu tenho muitas dúvidas sobre tudo isto. Muitas mesmo. O tema é mais complexo do que os simples, mas úteis e necessários, gestos de solidariedade deixam antever. Sei que a Ana precisa, e merece, ajuda. Há esta emergência a empurrar as coisas pelas costas, e a reclamar uma solução. Eu já estou noutra, no pós Manif, no pós Petição, e no pós Abaixo-Assinado.
Replico o que já deixei noutros lugares.

1- No meio de tanta conversa e tanta opinião, eu só gostava de saber o que pensam, a ANA himself, o Pai da criança, os Pais de ambos, as colegas da Ana, e já agora, a comunidade onde se integra a Ana. São detalhes, mas seria útil. Ou não?
2- Que futuro tem a Ana como estudante (dizem ser brilhante, e com médias >17V), como Mãe (vive com dificuldades, li algures), como Mãe-Estudante? E a criança? Ser mãe-estudante em C.Verde (sinceramente em qq parte do mundo) é compatível? É normal? É natural? Nada tenho a ver com os riscos que a Ana tenha querido assumir para ela, e para a criança. Ela é livre de o fazer (Será que é?). Será que ela tem/teve mesmo condições de "liberdade-de-escolha"? Tenho para mim que não há melhor escola na vida como a do ERRO. E todos temos direito aos nossos próprios erros, distracções, descuidos. O direito da Ana à escola não se discute. O da criança a uma maternidade assumida, desejada e responsável, também não. Uma coisa e outra são compatíveis? É claro que não são (salvo excepções, mas aqui trata-se de analisar a regra geral). Eu estaria optimista se soubesse que as coisas de facto funcionam com "normalidade". Como? P.ex. com a SOCIEDADE a responder prontamente com mecanismos adequados que protegessem Mãe e Criança, de um sistema que é sobretudo injusto para com as mulheres; ou com a COMUNIDADE a agir (AGIR, e não REagir) com gestos altruistas de apoio e solidariedade, com vista mitigar uma relação (Mãe/Criança) e um equilíbrio (familiar/social) que todos sabemos é precário, difícil, hipócrita, e mesquinho, para tudo o que é ainda entendido como comportamentos "desviantes".
3- Depois do alvoroço (compreensível) que venha então o debate, que já há por aí peças soltas que cheguem para um verdadeiro exercício de cidadania. E que ninguém se furte às dores que este "parto" naturalmente traz consigo.
Falo afinal de coisas simples, naturais, do dia-a-dia de cada um de nós: questões de moral, ética, pedagogia, educação, modelos sociais, opções políticas, estilos e modos de vida. São todas estas 'miudezas', que estarão em jogo. É a hora do ESPAÇO PÚBLICO. Finalmente! Será assim?
Vou estando atento e activo.
Abç's e cps a todos os Bloguistas e Comentadores, por esta BRILHANTE JORNADA CÍVICA. A minha profunda admiração.
ZCunha

(Nota: este tetxo vai reproduzido noutros espaços que têm feito eco deste assunto)

Anónimo disse...

Acho que o Zé Cunha escreveu aqui quase todas as minhas preocupações em relação ao assunto.

"Ela é livre de o fazer (Será que é?). Será que ela tem/teve mesmo condições de "liberdade-de-escolha"?"

E mais outras perguntas aqui e ali... como o pagamento da petição, etc...

Espero que este incidente venha a ser uma boa oportunidade para debater sobre a educação sexual em Cabo Verde e mais outros assuntos relacionados.

Anónimo disse...

como podemaos fechar os olhos para situaços como esses ?pois nao é o 1º caso(nao é a 1ª Ana)que passa por essa situaçao.Jovens com futuros brilhantes acabam se atropessando e caindo nesse buraco (como a Ana)é nesse momento que mais precissam de uma mao.Mas onde encontra-lo? essa é a pergunta que deixo.

Anónimo disse...

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