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terça-feira, 27 de maio de 2008

Caminhada de Maio: um post para a Eury

Neste último domingo, voltamos a caminhar, Eury. Desta vez, um percurso de três horas, na costa entre a “tua” Veneza de Calheta e a (ex!) praia de Porto Coqueiro em Santa Cruz. Três horas de poesia, olhares & odor a mar no lado esquerdo das nossas ilhargas…

Primeiro a urbe “à beira-mar plantada”, o teu Boca Porto que nos espera logo de manhãzinha antes de o Sol lamber-nos a fronte nas ruas de Calheta. O mar ali ao lado, a espuma do mar que nos tenta acariciar os pés no cascalho outrora praia, os recortes da costa, Eury. Pedaços de rochas negras esculpidas pelas ondas na ourela do mar, como que sentinelas dos nossos sonhos de evasão. As mesmas rochas sobranceiras ao pequeno precipício, onde o tal homem e a sua vara de pesca atiram aos peixes sua ambição de garoupa cozida ku malagueta e mandioca de Ribeira Principal. Há, contudo, como nota destoante, a ex-praia negra esventrada até à exaustão com baldes clandestinos de areia para a construção do mundo novo, neste conflito quotidiano entre a panela e a cratera…

Por fim a água tépida no mar de Porto Coqueiro que nos lava a alma, o cansaço, e os pés meio doloridos. O churrasco, a cerveja gelada, o bom humor, as gargalhadas do Zé Pedro e da Rosalina, o sono que nos envolve suavemente no hiace até a Praia. Delicioso, Eury, delicioso! Fique com as fotos – pá bô podê matá sodáde lá na terra longi.


(Fotos de PD)


11 comentários:

Anónimo disse...

Paulino,
Escrevi uma crónica sobre esta caminhada, mas acho que o pessal de Sao Miguel e Santa Cruz ficarão grabados com a mesma.... defeito de quem trabalha com ambiente e que infelizmente não tem o real poder de fazer as coisas mudarem

Paulino Dias disse...

Oi, VL.

Thanks pela visita e pelos coments. O problema de apanha de areia nas praias é bastante complexo, exige uma abordagem sócio-económica, ambiental, cultural e de comportamentos individuais.

Temos que ser capazes de: i) demonstrar as pessoas que a justificação de ser um "ganha-pão" é perigosa, pois a longo prazo impedirá o "ganha-pão" dos seus netos (via salinização dos terrenso agrícolas, por exemplo); ii) promover alternativas geradoras de renda para as populações que dependem da extracção de areia.

A propósito, alguém sabe dizer-me se foi implementado o projecto publicitado pela empresa que importa areia da Mauritânia, de canalizar parte das suas receitas para promover actividades geradoras de renda às pessoas que vivem da apanha de areia?

Abraços,
Paulino

Eurídice Monteiro disse...

Oi Lino

Gostei de ver o meu concelho aqui no teu blog e de saber que foram para o meu porto e para as minhas ribeiras. O concelho de São Miguel é muito lindo, sobretudo na época das chuvas. rissos…

Porém, como disse o vl, o ambiente tem sido muito maltratado. A população procura recursos para a sua sobrevivência, sendo que muitas alternativas a que recorrem para garantir o sustento das suas famílias prejudica o ambiente. A apanha de areia é um bom exemplo. Estou a ver aqui uma praia que na minha infância transbordava areia branca. Hoje, restam apenas pedregulhos...

Obrigada pelo post!

Bjs
Eury

Anónimo disse...

Paulino
Apesar de não parecer tem-se feito um trabalho grande com essas pessoas que vivem da extração de areia. A maioria tem uma fonte principal de rendimentos, mas como areia dá dinheiro mais rapidamente, eles continuam a extrair areia.
Se a aplicação da lei dependesse de mim, todas as essas pessoas que possuem um fonte de rendimento, mas que continuam a extrair areia, iriam todas presas.

Resolver este problema é complexo, mas na Praia de Porto Coqueiro já se perdeu as contas das vezes que aquelas mulheres foram retiradas daí. A mim causa-me revolta a cara de pau com que afirmam, que as actividades geradoras de rendimento criadas pelo governo dá para viver, mas continuam a retirar areia pq é mais rápido o rendimento.

Quanto ao projecto com a empresa que importa areia, eles tem os incentivos fiscais, agora a contrapartida devida ao Estado para implementação dos projectos junto das comunidades afectadas pela apanha de areia "nem fume nem mandôde"

Anónimo disse...

Oi Paulino, tud nice??
Rapaz, que "inveja"... e raiva de mim mesma por não ter ido a caminhada!! Dá pra ver que passaram bombaaaaaaaaa!!! Da próxima será...
Bjs, Lita

Paulino Dias disse...

Alo, VL.

Efectivamente concordo contigo sobre o reforco da repressao a esta pratica - quando ja se criaram alternativas de rendimento. No entanto, penso que paralelamente a esta repressao, deve ser levado a cabo um trabalho de sensibilizacao ambiental junto dessas pessoas. Nao numa linguagem tecnica (de que muitas campanhas de sensibilizacao pecam), mas numa abordagem que seja eficaz e que leve a propria comunidade a fazer o controle. Deduzo que varias dessas pessoas tenham tambem ou trabalhem propriedades agricolas no vale. Eh mostrar como a extracao da areia acabara por levar a inviabilizacao dos seus terrenos para a agricultura... Sugestao.

Abracos,
Paulino

Paulino Dias disse...

Eury,

Thanks pela visita. Realmente o teu concelho eh muito lindo, pa!

Abracos,
Paulino

Paulino Dias disse...

Lita,
Bo perde. Da proxima, ka bo fka pa tras...

Abraco,
Paulino

Anónimo disse...

Paulino, não é por falta de sensibilização ambiental que aquilo falha. O pessoal sabe e melhor que eu ou tu que a apanha da areia prejudica e muito a agricultura.

Eles sabem que o Justino Lopes está quase desaparecido devido a apanha da areia.

O que acontece é que as pessoas querem ganhar MUITO dinheiro de forma rápida, imediata e que não lhes dê custos....

Anónimo disse...

Paulino, não é por falta de sensibilização ambiental que aquilo falha. O pessoal sabe e melhor que eu ou tu que a apanha da areia prejudica e muito a agricultura.

Eles sabem que o Justino Lopes está quase desaparecido devido a apanha da areia.

O que acontece é que as pessoas querem ganhar MUITO dinheiro de forma rápida, imediata e que não lhes dê custos....

Alex disse...

Meu Caro

Vai até ao Blog "O Amante da Rosa" que tens lá um recado. Isso, se é que já não conheces A LOKA (o local) de que falo.
Caso não, junta o útil (a História) e o agradável (a natureza) e deem lá um pulinho.
Abc's
ZC