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Acordo com o teu cheiro nos meus braços. O dia clareia lentamente no olhar que me ficou na memória como poesia. Levanto-me para correr as cortinas da janela e imagino-me a sussurar no teu ouvido “não tenhas medo”. Não tenhas medo – digo-te baixinho enquanto afasto uma mecha de cabelo da tua face. Lambe-me a pele arranhada de saudade os raios deste sol de dezembro que me entram quarto adentro.
Foi delicioso o momento. A curva dos teus lábios, o teu sorriso, o beijo adiado. Ficou o poema e a vontade, a nota de violão e a taça de vinho tinto enquanto passeia a noite pela rua deserta. O desejo de te ver novamente.
("O Beijo dos Cisnes" - foto de Daniel Oliveira)
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