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sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Silva de Junzim d´Polina


Não sei, sinceramente, porque te escrevo estas linhas, nesta noite de novembro debruada de estrelas e de silêncios. Não é domingo de manhã, não é Natal nem é Dia das Mães, teu aniversário é apenas a 29 de dezembro... Talvez saudade, talvez solidão, o cálice de grogue no parapeito da varanda desperta o acorde que me invade a noite e o poema. Revejo a tua fotografia na pasta do computador, o timbre da tua voz chega-me inesperadamente como uma velha canção de ninar. Sinto de repente uma falta enorme desta tua voz, do sopro da tua voz no meu ouvido esquerdo contando-me estorias de diazá, enquanto acaricias ternamente os meus cabelos crespos de mundo e de sonhos. Quero voltar a ser criança neste preciso momento. Recostar o meu rosto de ilha no teu regaço ali na bancada à frente da casa e contar as estrelas pela milésima vez à procura da resposta certa, como fazia quando menino, lembras-te? Não pensar. Quero ficar assim perto de ti, nem que seja por um minuto apenas. Não pensar em nada. Sentir tão só o mundo ao teu redor, respirar o mundo, absorver o mundo em matizes de cor e sons pela manhã da ilha, embrenhar-me no mundo como o tal moço doido que fui outrora, à cata de restos de poema e de sonhos nas rugas do teu rosto e nos teus cabelos brancos de ternura.

Deixas, mãezinha? Cheirinho bom de café e cachupa guizada, este que me chega assim de repente numa suave saudade...


(“Silva de Junzim d´Pólina” – foto de Paulino Dias)

5 comentários:

Anónimo disse...

Ola Paulino,

Tudo bem? Não conheço a tua mãezinha pessoalmente, mas já falei com ela varias vezes. Ela é mesmo simpática. Um amor de pessoa. A foto dela já diz suficiente.

Veja em baixo um belo poema:

Mãe

É dizer todas as palavras...
Que sempre precisamos escutar...
É secar nossas lágrimas...
E num beijo consolar...
É ser aquela pessoa que vive em nosso coração...
É trazer sempre aquele sorriso amigo....
E em nosso tombo saber nos dar a mão...
Isso tudo é o pouco que hoje reconheço...
Do seu valor MÃE...
Pois para mim, tu és....
E sempre será.....
Um exemplo de Puro e Infinito
Amor!!!!

Bjs, M

Paulino Dias disse...

Oi, M,

Muito obrigado pela visita e pelo poema - gostei imenso!

A minha mãe diz também que és muito simpática no telefone - e digo-lhe sempre que ela tem razão, não apenas no telefone mas pessoalmente também.

Abração,
Paulino

Black Cherry disse...

Muito bonito essa "saudade de maezinha". Acho que temos todos momentos assim em que uma imagem, um som, um cheiro... nos leva de volta para a nossa infancia e o colo da nossa Mae.
PS: Tambem gostei do poema enviado por "M"

Paulino Dias disse...

Obrigado, Black Cherry, pela visita e pelo coment.

Um abraço,
Paulino

Anónimo disse...

Tio Paulino;
secalhar não posso dizer o mesmo de ti, porque tu o dizes de filho para a MÂE, mas sinto que posso tambem dizer tudo de neto para a minha unica e querida AVOZINHA.

TIO A MINHA VOZINHA SILVA;
- foi sempre para mim
fonte de puro aconchego que não tem fim
os seus abraços, carinhos enfim