És cidade, minha piquena Dadá. Mesmo que hoje ela não seja mais que uma ténue lembrança no horizonte que contemplas da tua casa em Agua Gato, São Domingos, és cidade, minha amiga. A cidade outrora calcorreada, com sacos, balaios, aventais – sacos de fijom, balaios de milho verde, aventais de poemas e do batuque em rebuliço no teu ventre. A cidade que te levou àquela festa na Cidade Velha em que bô pilá funaná ti manche, a cidade que teus olhos abarcavam para lá de Rubom Chiqueiro entre o peso do balaio e os raios de Sol que despontavam já no horizonte.
A cidade, minha amiga Dadá… A tua cidade, o teu ilhéu, as tuas ruas seculares onde respiram ainda as naus de achamento, o teu Platô com o mercado a tiracolo onde deixavas a verdura e pedaços da tua juventude.
Hoje, minha amiga Dadá, trago-te a cidade num abraço longe, e nos versos de um poema…
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(“Dadá de Agua Gato” – foto de Paulino Dias)
5 comentários:
A melhor maneira de comentar este post é não comentando! Está aqui tudo! Tanto sentimento, tantas coisas ditas nas linhas e nas entrelinhas.
Daqueles que lemos e relemos vezes sem conta... e ficamos sem palavras nossas...
Que mulher linda . . . a mulher, a mãe caboverdiana . . . o nosso orgulho!
Oi Paul....,
já tinha saudades das tuas crónicas, que como sempre, são um bálsamo para almas sedentes de coisas boas.
As duas senhoras a quem as dedicaste, Dadá e nhá Ricarda, são duas felizardas. Continua alimentando as nossas almas, pois o blogguistas agradecem!Abraço
A foto é magnífica (parabéns!), e o rosto de Nha Dadá é de uma espessura que pede um comentário à altura, que ainda não tenho. Mas foto e rosto reclamam por esse desafio.
Assim sendo, limito-me a concordar (provisoriamente) com a Margarida.
Ab
ZCunha
Ami é DNB, nha avó é dims propi, ku 91 anu, mas sima el ka ten. bjs
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