1
Endoidece,
esta lua cheia no teu rosto.
E em mim.
2
Tudo estava perfeito:
o verde, a música,
Endoidece,
esta lua cheia no teu rosto.
E em mim.
2
Tudo estava perfeito:
o verde, a música,
a velha cassete de poemas no toca-fitas do carro,
a tarde e o teu sorriso…
Faz-me feliz o teu sorriso doce.
3
Passeia-me no rosto a brisa nocturna da marginal.
O cheiro é de mar. E poesia.
Penso em ti. Inesperadamente.
Acompanho ao longe as luzes de um navio
que está de partida.
Lembra-me a minha alma, o navio:
também de partida – sempre sempre! –
à tua procura…
Penso em ti.
Com o mar da Laginha nos meus tornozelos.
Penso em ti.
Como um poema…
4
Sabe-me bem
o café depois do jantar.
Toca-se “A mi jam cria ser poeta”
no pequeno palco do restaurante.
Fecho os olhos à procura de sinais no teu rosto.
Bem-me-quer,
mal-me-quer,
bem-me-quer,
mal-me-quer…
Penso em ti.
5
10h e 32 minutos
de um sábado qualquer na ilha.
Mal-me-quer,
mal-me-quer.
Penso em ti.
Mesmo depois da ressaca
e do silêncio que se fez de repente.
“De repente, não mais do que de repente”
- dizia-me o Vinicius no outro lado da mesinha de cabeceira –
Escrevo meu último poema
entre o verde e o aroma de café que sobe da cozinha…
6
Chiça!,
Já não queria
pensar em ti...
(Foto de Nana Sousa Dias)
4 comentários:
Oi Lino
“Tudo vale a pena / se a alma não é pequena”.
Força!
Bjs
Eury
Alô, Eury
Thanks pela visita!
Bjs,
Paulino
Gostei especialmente deste post (dos que li) e tenho a certeza que de muitos mais gostarei. Parabens
Many thanks, Carla!
Boa semana para ti,
Paulino
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