Era suposto eu te escrever um poema de amor nesta noite de lua cheia... Um poema daqueles em redondilha maior versos decassílabos rimas cruzadas, as palavras e os versos embalando a emoção de sentir-te gostosamente minha, de sentir-te em meus lábios, em minhas mãos, na ponta dos meus dedos sobre teu corpo, no olhar que te envolve e te acaricia ao de leve enquanto caminhas a meu lado pelas ruas da cidade.
Era para eu te dizer num poema o eco da minha alma batendo descompassado dentro do peito sempre que te vejo ou te pressinto, era para te escrever sobre a saudade que me embala na tua ausência e deixa nos meus lábios um desejo incontido de sussurar teu nome no silêncio do meu quarto, era para te dedicar o mais belo e inspirado dos meus íntimos sonetos – daqueles que nos embalam na solidão das madrugadas insones –, rimar teu nome com a alegria (de te ver), a dor fria (de te sentir de manhã no outro lado da rua), e a doce magia (de ter o teu rosto pousado delicadamente no meu ombro esquerdo). Era para te dizer em ditongos bem conseguidos a felicidade que me transborda por querer-te tanto – primeiro em silêncio, depois anónimo, de seguida em sessenta e três mensagens de telemóvel antes que me fechassem os olhos o sono e os sonhos, e por fim ali a teu lado, dentro do carro, o gesto e a voz tímida de te dizer meio sem jeito ‘m ta gostá d’bô...
Era para eu te dizer num poema o eco da minha alma batendo descompassado dentro do peito sempre que te vejo ou te pressinto, era para te escrever sobre a saudade que me embala na tua ausência e deixa nos meus lábios um desejo incontido de sussurar teu nome no silêncio do meu quarto, era para te dedicar o mais belo e inspirado dos meus íntimos sonetos – daqueles que nos embalam na solidão das madrugadas insones –, rimar teu nome com a alegria (de te ver), a dor fria (de te sentir de manhã no outro lado da rua), e a doce magia (de ter o teu rosto pousado delicadamente no meu ombro esquerdo). Era para te dizer em ditongos bem conseguidos a felicidade que me transborda por querer-te tanto – primeiro em silêncio, depois anónimo, de seguida em sessenta e três mensagens de telemóvel antes que me fechassem os olhos o sono e os sonhos, e por fim ali a teu lado, dentro do carro, o gesto e a voz tímida de te dizer meio sem jeito ‘m ta gostá d’bô...
Em vez disso, vou ficar em silêncio, apenas em silêncio a teu lado, a lua-madrinha a acariciar a ponta dos meus e teus cabelos. Vou abraçar-te em silêncio, pousar os meus lábios nos teus num beijo silencioso - como um poema -, passear a ponta dos meus dedos na tua pele no teu rosto no teu corpo assim poesia, vou amar-te no tal silêncio cumplice dos apaixonados em noites de lua cheia...
(Foto de Paulino Dias - dsempérin na Ponta do Sol)
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