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terça-feira, 22 de março de 2011

Uma perguntinha ao Dr. José Maria Neves

A história: Um cliente da nossa empresa PD Consult, investidor europeu, está interessado em desenvolver em parceria com um emigrante de origem caboverdeana (que quer aproveitar as políticas de estímulo ao investimento emigrante no país) um ambicioso projecto em São Vicente, com uma frota de 10 pequenos navios para pesca submarina desportiva e passeios turísticos, com o objectivo de explorar o potencial dos mares da região norte para este tipo de actividade turística. O projecto exigirá a contratação e formação de 50 trabalhadores que, por política da empresa, deverão ser maioritariamente nacionais para reduzir custos de expatriação. Igualmente, os nossos empresários querem discutir com o Governo uma parceria público-privada visando criar condições logísticas especiais de apoio à sua frota no Porto Grande, mas também a outros navios de recreio que demandem o arquipélago.

Agora, a perguntinha: poderá me dizer V. Excia. com quem devemos discutir este projecto no novo Governo?
a) Com o Ministro do Turismo, Indústria e Energia? (Envolve actividade turística)
b) Com o Ministro das Infraestruturas e Economia Marítima? (Envolve investimento no Porto Grande + actividade marítima)
c) Com o Secretário de Estado dos Recursos Marinhos? (Envolve pesca submarina)
d) Com a Ministra das Comunidades? (Envolve regresso de emigrante investidor)
e) Com o Ministro das Relações Exteriores? (Envolve relações económicas com a UE)
f) Com a Ministra do Ambiente? (Envolve actividade com impacto ambiental)
g) Com a Ministra do Emprego, Juventude e Desenvolvimento de Recursos Humanos? (Envolve emprego jovem e formação profissional especializado)


A história não é verídica. Mas vai acontecer muitas vezes (espero!), e temo ter dificuldades em orientar da melhor forma os passos dos nossos pobres investidores neste matagal. É que ainda estou um bocado confuso com a estrutura deste novo Governo, e perguntar não ofende, né...


(Foto copiada algures da internet)

9 comentários:

Álvaro Ludgero Andrade disse...

O Dr. Eurico P. Monteiro responde-te amanhã logo cedo na Quebra-Canela.

Arsénio Gomes disse...

Em vez de bo fazé esse perguntinha pe 1º ministro, tratá logo de discuti ma ele mesmo e ele te decidi sobre esse pojecto.
Ehehehheh.

Paulino Dias disse...

Alô Alvaro,
Não entendi...rss. Amanhã conversamos então na Quebra.

Fala, Arsénio,
Bem visto, ehehehehe. Mas assim, o Dr. JMN corre o risco de ver uma fila enorme à porta do Palácio do Governo todas as manhãs! rss

Anónimo disse...

O investidor teria de contactar algum ministério? Ou teria de se encaminhar para a Agência Cabo-verdiana de Investimentos, a Câmara do Comércio, Indústria e Serviços e afins? Não teremos necessidade de um 'balcão único' para atender esse tipo de investidor?

Paulino Dias disse...

Caro Anónimo(a),
Bem visto! Esta seria a solução ideal. Mas não elimina o cerne de questão: numa situação hipotética como a descrita, a CI (ou o tal 'balcão único') teria que articular com todas essas instâncias na mesma...

Abraço, obrigado pela visita.

Anónimo disse...

Paulino,
Essa é pra rir ou pra chorar??
Só pode ser pra rir. HAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAH!!!
Vê lá se consegues te entender com o teu 1º ministro.

Anónimo disse...

Meu Caro
Dir-te-ia que estás a ser mal intencionado, a usar de má-fé, a ser botabaixista, impertinente, desagradável, irritante, crítico, injusto, enfim ...
Com coisas sérias não se brinca … brinca-se! E tenciono prová-lo!
O meu amigo sabe muito bem, que o Governo vai necessariamente publicar dois instrumentos de governação, perdão, de orientação, fundamentais:
1- Manual do Governo - Modo de Usar. Nas versões Integral, Abreviada e Infantil (com desenhos)
2- Labirinto da Várzea – Descubra o caminho mais rápido para a sua solução, ou, Como chegar às decisões, ao seu governo e aos seus governantes. O subtítulo ainda não foi decidido, mas já há acordo entre governantes que está longo demais. Não pode ser maior do que o Governo. É a nova bitola, perdão ‘medida padrão’. É assim uma espécie de Mapa do Tesouro. Inspirado em Dédalo, JMN aproveitou, e refinou, o modelo do Labirinto, mas sem o famoso Minotauro, mas com Mega ministérios.
Se depois de lido o manual, conseguires interpretar e perceber os Mapas, isso significa que foste capaz de encontrar e identificar a morada do Governo e localizar cada Ministério no local certo do puzzle. Se faltarem peças não estranhes, não sabes, nem eles, mas faz parte das regras do jogo (Ler Regras nas 1500 páginas anexas ao manual, escritas em Fonte 2. Não consegue ler? As letras são pequenas e é texto a mais? Por favor não culpe o Governo por tudo o que lhe acontece. Compre um microscópio, porque com lupa não vai lá.). Mas ainda não tens o teu problema resolvido. Para isso tens de jogar uma espécie de Jogo da Glória. Deitas os dados, e avanças ou recuas em função do que a sorte de dados e obstáculos te ditarem. Género, avança duas casas, recua três, ficas de castigo na próxima jogada, ou regressa ao ponto de partida (sempre odiei esta regra de morte súbita). Simples, divertido e até didático, como vês. Se, por mera hipótese académica, conseguires chegar ao fim, significa apenas que conseguiste aceder ao torvelinho que é o Governo, mas tens que te desembaraçar desse emaranhado novelo BURROcrático, e saber quem decide o quê. Tens de saber à partida, em nome da transparência, que para cada decisão terás a interferência de, pelo menos, 3 ministérios. Sim, concordo que é um mistério, mas se é assim com a Santíssima Trindade, por que é que com o Governo de Cabo Verde devia ser diferente, mais simples e mais eficiente? Por esta altura se te apetecer reler ‘No Inferno’ do Arménio, não só é adequado, pelo efeito profilático, como faz todo o sentido. Estás no sítio e no momento certos. (Cont…)

Anónimo disse...

(…cont)
Tornando curta uma longa estória, quando tiveres que obter qualquer autorização qualificada, ou já desististe, ou já morreste (embora aqui o Governo, justiça lhe seja feita, sempre em busca de soluções inovadoras está a pensar fazer entregas ao domicílio, não importa onde nem quando, Céu, Inferno Purgatório, casa mortuária ou simples campa rasa), ou pura e simplesmente estás completamente perdido à procura de sair do Palácio da Várzea, qual Joseph K em ‘O Processo’. Fica sabendo que é tão difícil perceber os nexos de causalidade entre ministérios, sua orgânica e lógica operativa, como tentar adivinhar o que cada um vai decidir sobre determinado assunto. No entanto se fores um ser humano de fé, podes sempre passar antecipadamente por um cordeiro, cartomante ou vidente, para sondares os vaticínios e suas probabilidades.

Há dias, lia no ‘Le Monde’ o seguinte título, a propósito de uma exposição sobre TRONOS, em Versalhes: "Partout le roi s'assoit, sûr de son pouvoir", e que eu, brincando, reformulei assim: "Partout le roi s'assoit sur son pouvoir.".
Para bom entendedor, parece-me que este é o caso em que as duas frases se completam na perfeição. Entre disputas surdas, boicotes silenciosos e torpedos subterrâneos de malta “assoit, sûr de son povoir”, vai haver de tudo um pouco na hora de cada um marcar o seu território e afirmar a sua autoridade, ou seja “assoit sur son pouvoir”. É uma velha cega-rega. Um ‘Dejá Vu’!
Julgo ter provado a tua má vontade e a tua maledicência! :) :) :)
Gr ABÇ
ZCunha

Paulino Dias disse...

ZCunha,

Olha já me fizeste dar umas valentes gargalhadas, pá! Thanks pela visita e pela partilha!

Um abraço,
Paulino