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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Nós e as medidas dos outros

Sabendo que...
1. Portugal é o principal parceiro comercial de Cabo Verde (fonte de 48% das nossas importações e destino de 33% das exportações, em 2009), e que esta dinâmica vem aumentando (ler aqui);
2. Apenas 4 países (Portugal, Países Baixos, Espanha e Brasil) forneceram 79% de todos os bens que importamos em 2009;
3. Um cabaz de apenas 28 produtos (destacando-se gasóleo, ferro e aço, arroz e cimento, entre outros) representaram 60% do total de mercadorias importadas por Cabo Verde em 2009;
4. Da lista indicada no ponto anterior, 7 categorias têm (ou já tiveram) produção local: móveis, cerveja, medicamentos, carne e miudezas de aves, preparados alimentares e frutas;
5. Juntas, estas 7 categorias do "top 28" representaram 8,5% do total das importações, equivalente 4,8 milhões de contos,


Perguntinhas...

I. O que significa, para a nossa balança comercial, o sector privado nacional e a nossa economia como um todo, essas 50 medidas anunciadas ontem pelo Governo português - especialmente as referentes ao primeiro bloco -, a nível de:
a) Ritmo de crescimento das importações oriundas de Portugal nos próximos tempos?
b) Competitividade das nossas empresas, especialmente nos sectores das 7 categorias referidas no ponto 4 acima?
b) Rácio de cobertura das exportações?

II. O que podemos fazer (Governo, Autarquias, sector privado, associações de classe - Câmaras de Comércio, AJEC, etc... - público em geral) para maximizarmos as oportunidades, para Cabo Verde, decorrentes dessas medidas e minimizarmos os eventuais impactos negativos?

É caso para se dizer: dá que pensar...

(Thanks, Carlos, pela dica!).
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2 comentários:

Álvaro Ludgero Andrade disse...

Prezado, regressamos ao ponto que eu defendi na noite eleitoral de 96 num programa de análise para o qual fui convidado na TCV: qual o projecto de desenvolvimento de Cabo Verde para os próximos 25 anos? Na altura disse no referido porgrama não ter votado em nenhum partido precisamente por falta desta visão estratégica. Os países pequenos sobrevivem apenas se encontrarem um filão de desenvolvimento integrado, a médio e a longo prazo. Infelizmente em Cabo Verde o nosso pensamento vai até 5 anos. Mantenhas.

Paulino Dias disse...

Alô Álvaro,
Thanks pela visita e pelo comentário!

Às vezes, também eu tenho esta frustrante sensação de que nós, os caboverdeanos, temos esta mania de pensar apenas a curto prazo, pensar pequeno... Enfim, os sociólogos/antropólogos hão-de estudar isso um dia, espero...rs.

Seria interessante aplicarmos em Cabo Verde o teste de Geert Hofstede (www.geert-hofstede.com), especialmente no que diz respeito à dimensão LTO: Long Term Orientation. Já estou curioso pelas conclusões eh eh eh.

Bom final de semana!