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terça-feira, 15 de abril de 2008

Duas notas a César Schoffield Cardoso (ou a partilha de uma angústia...)

Alô, César!

Recebi com agrado o e-mail que me enviaste com a programação das actividades na Fundação Amilcar Cabral no Plateau (thanks, man!). Fiquei especialmente ansioso para assistir a tertúlia que vai ter lugar hoje (15/04) às 19h30, intitulado "A educação do olhar", com Abraão Vicente, Tchalé Figueira e Mário Lúcio.

Ansioso, meu caro César, porque desde diazá venho carregando comigo uma angústia cruel: como se "educa" para a arte? Quer dizer, "educar" pressupõe um guião, um modelo, um paradigma, um standard. No que diz respeito à educação para a arte, quem tem "legitimidade" para definir este standard? Com que critérios? Como definir a "boa" arte e a arte "ruim"?

Será que não seria melhor falarmos em "estimular" para a arte? Na minha opinião, a percepção artística (e, portanto, a apreciação e avaliação) é individual e intransmissível. Já o "estímulo" para se consumir arte, aí sim, pode ser promovido, divulgado, ensinado. Estarei enganado?

Oxalá hoje à noite saia de lá mais esclarecido e menos angustiado, caramba!

Um abraço, bro...



("Autoretrato", quadro do Abraão Vicente)

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